Recebi a seguinte pergunta no meu Instagram:
“Existe defeito ruim demais para falar em entrevista?”
Existe, com certeza!
Mas não é algo tão direto e simples como você pode imaginar. No passado, eu dividia os defeitos em três tipos, hoje, tenho uma visão mais arrojada, então os quebro em quatro.

Existe um tipo de defeito que é um tiro no pé e, na boa, se você tem um desses, merece se ferrar. Esse é o defeito filosófico. Essas são pessoas com preconceitos e visões tóxicas, traços que seriam repudiados por qualquer pessoa normal. Se você falar um defeito desses, é caixão na hora.
O que fazer se você tiver isso? Repense sua visão de mundo, se não, você não terá e não merecerá salvação.
Sempre tem o esperto que quer falar um defeito que, na verdade, é uma qualidade (o famoso “defeito”, entre aspas). Isso é uma cagada sem fim. Se você acha que vai chegar lá e dar uma de bonitão falando que seu defeito é “Não conseguir fazer trabalho malfeito”, tenho más notícias para você.
O avaliador vai sacar na hora sua tramoia e você irá quebrar a cara por estar sendo evasivo e irá imaginar o pior, afinal, quem foge de uma pergunta parece estar escondendo algo bem zoado.
Tem gente que levanta um defeito sobre uma habilidade técnica. Falar que é fraco em Excel ou Inglês não é uma boa rota. Tudo técnico é resolvido com um curso que, na maioria dos casos, custa um troco de pinga na Udemy e um tempo investido.
Eles estão atrás de algo mais difícil de lidar, o que nos leva aos defeitos que eles querem ver:
Agora sim! Chegamos ao desafio.
O que o avaliador espera é um defeito comportamental. Tem vários clássicos, como timidez, desorganização, passividade, dificuldade em priorizar (falar não), e assim por diante. Dentro desse grupo, existem mais duas subdivisões: Defeitos do perfil e defeitos regulares.
Para te desenvolver como profissional
Acreditamos que o nosso propósito evolui quando diversas perspectivas se unem. Sabemos que nosso principal impulsionador são as pessoas, por isso, aqui estamos em busca de pessoas protagonistas, que admiram o nosso propósito e que queiram causar impacto na vida e na saúde de todo o mundo.
Defeitos do perfil são traços que vão na direção oposta do que eles buscam nos profissionais. Imagina que você é uma pessoa que não tem protagonismo, ou seja, que acaba deixando a vida te levar, sem uma direção clara e intencional.
Esse defeito bate de frente em algo que a Johnson busca nos estagiários, logo, é um defeito mais pesado para usar com eles, ou seja, um defeito do perfil.
Você pode utilizar defeitos do perfil? Claro que pode, mas o risco é maior de sair prejudicado aos olhos do avaliador. Muito mais fácil é trazer um defeito regular, ou seja, um defeito que não agride o perfil que a empresa em questão busca, bem menos danoso para suas chances.
Na Johnson, uma pessoa que se diga tímida ou desorganizada levantará um defeito regular (ao menos no perfil da empresa, já que, até aqui, não sabemos o perfil da vaga, mas essa distinção não tem espaço para explicar aqui).
Então, para resumir, eu levantaria um defeito comportamental regular sempre que possível. Garanta que você está fazendo algo para melhorar o defeito escolhido, seja uma contenção, algo para reduzir o impacto do defeito, ou uma solução, algo para eliminar de vez o defeito.
Eles não querem saber como o defeito te ferrou, e sim como você lida com ele para mitigar seus impactos negativos nas suas atividades e resultados.
“Caio, mas e se não estou fazendo nada?”
É jovem, aí fica complicado. Pense, você contrataria alguém que não está fazendo NADA para melhorar os pontos fracos? É melhor começar a se mover.
Defeitos são oportunidades para quem quer crescer.
E aí? Vai encarar ou virar estatística?



