Recebi a seguinte pergunta no meu Instagram:
“Você acha que vale a pena deixar na manga um breve “about me” (sobre mim) para cada processo seletivo e assim evitar surpresas?”
Cara, vamos por partes. Pronto?
Primeiro, com toda a certeza vale a pena ter um “sobre mim” pronto e na agulha.
Se você parar para olhar com carinho, irá perceber que TUDO que você vai falar no processo seletivo é um “about me”.
O que muda é a especificidade do que falar e a a profundidade do tema.
E como preparar essa carta na manga sobre você?
1. Não tenha uma frase decorada
Você não sabe em qual situação, com quanto tempo ou com qual intenção vai jogar esse about me, então decorar um texto é totalmente inútil.
Muito mais forte que isso é ter pontos em mente e exemplos que reforcem esses pontos. Aí você pode jogar solto com eles e montar seu about me na hora, adaptando a situação. Isso é mais difícil, mas muito mais natural e impactante do que decorar.
2. Use os pontos direcionados pela vaga
Como eu sempre falo, mastigue a vaga e veja quais pontos da sua história mais te aproximam do perfil ideal.
Esses são os pontos de alto impacto do seu about me.
3. Pode treinar em casa, mas cuidado
Vai ensaiar esses pontos em casa? Beleza! Mas cuidado para não cair em decoreba.
Um jeito muito eficaz de treinar, é utilizar seus pontos e exemplos e ver como eles formam uma história com um fluxo que faça o máximo de coerência.
Pontos sem conexão são muito mais fracos do que uma história que o avaliador ouve e pensa: “isso faz muito sentido!”
Agora vamos ao segundo ponto, jovem.
Não ter surpresa? NÃO TER SURPRESA!? HA!
Meu amigo, se você pudesse prever exatamente o que vão te perguntar, pedir para você fazer ou resolver, seria ridiculamente fácil passar no processo.
Isso não é mais uma daquelas provinhas da faculdade.
As surpresas virão, de todos os lados.
Uma das competências mais buscadas que eu vi em todos mastigando vagas é a capacidade de se adaptar. E o que é um processo seletivo além de um grande teste de adaptação ao desconhecido?
Essa é parte do desafio, por isso eu abomino respostas prontas, elas NUNCA conseguem se adaptar.
Isso acontece até mesmo por sua causa.
Seu currículo em uma entrevista age como o que eu chamo de currículo bumerangue. Ele trará questionamentos que você nem imagina e, mesmo que consiga prever, tudo que o avaliador precisa fazer (e eles são treinados para isso) é pedir um detalhe específico que você nunca poderia ter imaginado daquela experiência.
Prepare-se, sempre haverá surpresa.
Sem “about me”, você já era.
Mas sem saber como adaptar esse “about me”, você não vai muito mais longe, será apenas mais um com aquele pitch batido que usa para tudo.
Pare de tentar martelar um parafuso.
